nem mais um

Não sei onde estou, nem para onde vou. Não sei quem sou, nem onde vou ficar. Sou dona do tempo, sou dona do vento. Passo a passo, a nossa vida constrói-se e corrói-se em rotinas breves e complexas, que se estendem ao longo do nosso próprio sangue, do nosso próprio caminho. Chamem-lhe destino ou mero acaso, eu chamo-lhe desgraça. Desgraça? Sim, desgraça. Se os sitios já estão destinados e os caminhos mais que traçados para que caminhamos em torno de mais um dia? de mais uma palavra? de mais um segundo?
São degraus de dádivas. São degraus de chuva encurralada entre paralelos. São correntes que nos fogem entre a palma da mão ou correntes que implicam sempre um senão.
À força do que é certo, nunca do correcto. À hora do amanhã, só do sorriso de hoje.

8 comentários:

Rita da Maçaroca disse...

"Se os sitios já estão destinados e os caminhos mais que traçados para que caminhamos em torno de mais um dia? de mais uma palavra? de mais um segundo?" Adorei esta passagem! Excelente!

Emmeline disse...

sempre perfeito joaninha

Ana Cunha disse...

voltei com novo blog! : )

Ivone Silva disse...

adoro!

Ana Cunha disse...

Tudo é tão incerto e nós parecemos, simultaneamente, donos do mundo e donos do nada! E é frustante pensar que está tudo destinado e que não pudemos fazer nada para mudar, só podemos caminhar em frente .. eu penso que podemos mudar, penso que nós contruímos o nosso destino.

Anónimo disse...

O destino é algo tão subjectivo que acaba por ser irreal e real ao mesmo tempo. Eu sou mais apologista da existência do azar que se interpola na nossa vida, vida que nós planeamos, para a alterar significativamente e para nós a fazermos girar até ao caminho certo. O que eu não acredito é que todos tenham força para girar. Mas azar, todos temos... só que em alturas diferentes, alguns com mais azar na época que chega o azar outros com menos... mas tudo azar no meio da vida que nós traçamos e não que nos traçam :)

Marta ☮ disse...

Que lindo, vou seguir *

vera sofia disse...

gostei !
segui :)